Páginas

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Camélias teinté de sang.


"Ela teimou e enfrentou / O mundo / Se rodopiando ao som / Dos bandolins...
Como fosse um lar / Seu corpo a valsa triste / Iluminava e a noite / Caminhava assim
E como um par / O vento e a madrugada / Iluminavam a fada / Do meu botequim...
Valsando como valsa / Uma criança / Que entra na roda / A noite tá no fim
Ela valsando / Só na madrugada / Se julgando amada / Ao som dos Bandolins..."

E como se fosse forte, a bailarina rodopiava toda noite ao som do choro triste do bandolim. Nao se sabia o que doia mais.. os golpes por ela realizados com o corpo ou as notas ecoando através do instrumento. Sabia-se apenas que era lindo se ver.. sua suavidade em meio a fúria e dor.
Porque querendo ou nao, a dor por vezes é suave, quando percebemos a beleza por trás dela, a beleza que se intensifica quando se encontra olhos sofridos, alma despedacada. Sente-se a tendencia de querer reconstituir o que havia antes da destruicao, nao sabendo que isso acabaria com o encanto..

***
Como a Dama das Camélias, a pobre Marguerite Gautier e seu amante loucamente apaixonado Armand Duval. Se o Dumas Filho nao tivesse sofrido, nao teria tido a inspiracao pra tal obra. Obra, diga-se de passagem, magnífica.
E por que amei? Porque é triste. Porque alguém morreu por amor, morreu por nao poder viver sem quem amava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário