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sábado, 2 de outubro de 2010

Mãos em brasa.

Lentamente seus olhos pousaram sob as mãos delicadas com as unhas sempre feitas e seu peito encheu-se de um calor sentido todos os dias desde o início do namoro. Foram as mãos, as suas e as dela, que aproximaram os dois. Um carinho pincelado com sorriso, um brilho novo nos olhos com uma chama intensa no coração.

Olhar para seu ritual matinal era algo hipnotizante. Sabia exatamente como ela seguraria o açucareiro, com que mão seguraria o pão e a faca, e até  a expressão de semi-acordada que ela transmitia logo cedo. Lembrava então dos olhos de contorno azul no instante do tchau mais difícil, mas pensar nisso trazia consequentemente o "oi" e do abraço mais esperados. Voltava a emoção da primeira vez que acordou e logo em seguida pôde mergulhar nos olhos cor de caramelo. Fora uma manhã fria de sol. Era o inverno deles.

Tudo começara de um contato das mãos, que quando se tocaram, uniram dois corações machucados e adormecidos, que apenas precisavam de calor para despertar. E o contato trouxe todo o calor necessário.

2 comentários:

  1. Que bom vê-la desta forma , com a sensibilidade agusada, é uma enorme satisfação. De uma menina que era do Cep, há uma mulher.


    Sinceramente , N.

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  2. Aaah! E essa sensação de mãos em brasa, de estar todo em brasa, apaixonado, ah! que beleza!
    É assim mesmo... mas temos que tomar cuidado com a rotina.
    Ótima descrição, tam.

    Um beijo!

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