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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Para onde vamos?

"Em termos bíblicos, a diferença entre fé verdadeira e falsa crença (ou descrença) é a diferença entre vida e morte, céu e inferno. [...] Até pouco tempo nenhum cristão que declarasse crer na Bíblia teria a menor dúvida sobre a importância de uma visão correta de Deus. Mas, nestes dias, parece que a igreja visível está dominada por pessoas que simplesmente não se interessam em fazer qualquer distinção cuidadosa entre fato e mentira, sã doutrina e heresia, verdade bíblica e opinião meramente humana. Até algumas das principais vozes entre os líderes evangélicos parecem decididas a subestimar o valor da verdade objetiva.

[...]

O movimento evangélico era conhecido por duas convicções teológicas inegociáveis. Uma era o compromisso com a exatidão absoluta e a autoridade das Escrituras - como a Palavra revelada de Deus, e não como fruto da imaginação, experiência, intuição ou ingenuidade humana (2 Pedro 1:21), A outra era uma forte crença de que o evangelho apresenta o único meio possível de salvação do pecado e do juízo - pelo graça por meio da fé no Senhor Jesus Cristo.
Nos últimos anos, no entanto, os evangélicos vêm assimilando espontaneamente o espírito dos tempos. Multidões - incluindo muitos que atuam como líderes espirituais - discretamente abandonaram essas duas convicções (ou simplesmente deixaram de falar e pensar nelas). O evangelicalismo agora deixou de ser algo semelhante a um movimento coerente. Em vez disso, tornou-se uma monstruosidade amorfa em que praticamente toda ideia e toda opinião exigem ser levadas à mesa para discussão, aceitas educadamente por todos e consideradas com igual respeito e estima."

A outra face - John MacArthur

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Onde a vida lhe fora roubada.

"Estava em vias de ir à sua terra, em vias de retornar ao lugar onde tivera uma família. Se não fosse por Voldemort, em Godric's Hollow ele teria crescido e passado todas as férias escolares. Poderia ter convidado amigos à sua casa... poderia até ter tido irmãos e irmãs... sua mãe é que teria feito seu bolo de dezessete anos. A vida que ele perdera nunca lhe parecera tão real como neste momento, em que sabia estar prestes a conhecer o lugar em que tudo aquilo lhe fora roubado. 
[...]
Tiago Potter, nascido 27 de março de 1960, falecido 31 de outubro de 1981
Lílian Potter, nascida 30 de janeiro de 1960, falecida 31 de outubro de 1981

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.
[...]
Eles, entretanto, não estavam vivos, pensou Harry: estavam mortos. As palavras vazias não podiam disfarçar que os restos dos seus pais jaziam sob a neve e o mármore, indiferentes, inconscientes. E as lágrimas vieram antes que ele pudesse contê-las, escaldantes e instantaneamente congeladas em seu rosto, de que adiantava enxugá-las ou fingir? Deixou-as cair, seus lábios contraídos, os olhos fixos na neve espessa que que ocultava o lugar onde jaziam os despojos dos seus pais, agora, certamente apenas ossos ou pó, sem saberem nem se importarem que seu filho sobrevivente se achasse tão perto, seu coração ainda palpitando, vivo por causa do seu sacrifício e quase desejando, neste momento, que estivesse dormindo com eles sob a neve."

Harry Potter e as Relíquias da Morte - J. K. Rowling

domingo, 7 de outubro de 2012

Minha querida Lucy..

"Comecei a escrever esta história para você, sem lembrar-me de que as meninas crescem mais depressa do que os livros. Resultado: agora você está muito grande para ler contos de fadas; quando o livro estiver impresso e encadernado, mais crescida estará. Mas um dia virá em que, muito mais velha, você voltará a ler histórias de fadas. Irá buscar este livro em alguma prateleira distante e sacudir-lhe o pó. Aí me dará sua opinião. É provável que, a essa altura, eu já esteja surdo demais para poder ouvi-la, ou velho demais para compreender o que você disser. Mas ainda serei o seu padrinho, muito amigo,

C. S. Lewis."

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Riso sob a chuva.

Através da janela embaçada pela chuva, ela via grossas gotas escorrendo do lado de fora. O céu cinza chumbo parecia chorar copiosamente, tal a intensidade daquela chuva e da dor que ela transmitia. Ela porém, apesar da dor que aquele dia cinza estava transmitindo, não conseguia despregar os olhos do cenário que sua janela lhe dava. A xícara de chá na mão, o livro solto ao lado da cama, a cabeça cheia de pensamentos e aflita. Era como se alguma coisa importante tivesse sido esquecida nos últimos dias, ou mesmo tivesse passado despercebida. 

Sentada ali, contemplando o dia choroso que se escorria lá fora, ela de repente notou algo que muito lhe atraiu. Entre todos os casacos e guarda-chuvas pretos e cinzas que quase se confundiam com a cor do dia, passou debaixo da janela dela um casal muito interessante. De mãos dadas, cada um debaixo do seu próprio guarda-chuva, ali estavam eles quebrando a monotonia daquele dia monocromático. Ela com seu guarda-chuva vermelho vivo e ele com seu guarda-chuva azul safira, andando e rindo, pois suas gargalhadas venciam a força do vento e da chuva, e entravam pela janela daquela moça com o chá na mão e o livro do lado.