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domingo, 10 de setembro de 2017

Atualizações do mestrado e da vida.

Ano passado, a última notícia minha que publiquei por aqui, foi do 1/4 do mestrado que já tinha passado. Foi até engraçado ler o texto e ver que estou no quarto final desse processo longo e dolorido, e apesar de tudo, melhor do que estava ano passado. É verdade que mestrado é um troço desgastante e que suga nossa vida, mas eu consegui equilibrar muita coisa e dei conta de tudo que me foi cobrado até agora. O texto para a qualificação está pronto e revisado, só falta marcar a data. Estou tentando me manter em dias com as leituras necessárias para o capítulo faltante e cumpri essas metas antes do prazo por mim estabelecidos. Essas coisas são motivos para comemorar.

Apesar disso, confesso que realmente me impressiono por ter encarado essa jornada. Continuo achando que cursar o mestrado poderá ter um reflexo positivo em minha carreira, mas só os sentirei possivelmente a médio ou longo prazo. Para o momento atual de minha vida profissional, ele não fará muita diferença. Sei que me tornei uma pesquisadora de fato durante essa jornada, e isso me enriquece enquanto transmito para meus alunos meus conhecimentos acumulados, mas é aí que param as vantagens de ter estudado e me dedicado por mais de 2 anos a isso (sim, mais de 2 anos porque estudo desde antes do curso, para o tal processo seletivo). 

Nesta jornada me vi mais exposta às minhas inseguranças e problemas de saúde. A ansiedade me incapacitou por algumas vezes, me fez querer me esconder debaixo das cobertas por dias a fio outras tantas, mas tive que encará-las de peito aberto, mesmo que sangrando às vezes. Não há dinheiro ou tempo para terapia. Semana passada tive uma "crise neurológica" (palavras do clínico geral que me atendeu) que realmente me assustou. Preciso ir a um neurologista para investigar melhor, mas possivelmente foi enxaqueca, coisa que eu não tinha. 

Todas essas alterações e problemas, todas as cobranças sofridas para apresentar um bom trabalho, dentro do prazo, trabalhando e sem bolsa me fizeram questionar muito a possibilidade de um dia fazer o doutorado. Entrei no mestrado sabendo que eu não emendaria um no outro, pois como sempre digo, nosso próximo projeto é um bebê, mas cogitava remotamente o doutorado. Hoje, confesso, sou muito aversa à essa ideia. Não consigo imaginar que eu seja capaz de enfrentar algo com o dobro do tempo e o dobro de cobrança (possivelmente até mais). Apesar dos incentivos de minha orientadora, hoje vejo que o doutorado me agregaria ainda menos como professora de nível fundamental e médio como sou, e com orgulho. Eu levaria minha vida novamente ao limite por algo que nem me agregaria tanto assim. 

É difícil fazer uma autocrítica, e pra mim ainda mais difícil é fazer um autoelogio, mas estou contente por ter chego até aqui, mantido minha sanidade até aqui, ter conseguido equilibrar o mestrado com minha vida e casamento e ainda sim estar nos prazos. Mas, acho que no mestrado, encontrei um limite que não quero ultrapassar: o do cruel mundo acadêmico enlouquecedor.

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