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sábado, 8 de dezembro de 2018

E se não for possível, a gente tenta

Faz muito tempo que não passo por aqui. Provavelmente, ninguém mais lê este blog, porque há tempos não há nada novo a ser lido. Mas novamente me vejo num momento onde faz todo sentido buscar refúgio em palavras, mesmo que eu não vá encontrar.

A vida tem reviravoltas que nos tiram o chão vez ou outra, mas que servem também para nos ajudar a rever o que está bom e valorizar isso, bem como a mudar tudo o que está ruim.

Nesse momento, agradeço por toda a minha vida pessoal. Estou num momento formidável! O casamento está bem, feliz e leve. Depois de quase 9 anos juntos, as coisas são diferentes do que eram no início do namoro, mas ainda sim mais gostosas. Cada dia juntos valeu a pena. Estou num momento ótimo em relação ao meu convívio familiar, e acredite, às vezes sair de casa vai salvar o seu relacionamento com a família (o meu não precisava ser salvo, mas hoje valorizo mais cada minuto com passo com eles). Tenho amigos maravilhosos que me acolhem e cuidam de mim, perto ou longe, e isso é um presente de Deus na minha vida.

Em outras áreas, as coisas podem não estar tão boas, mas irei sobreviver. Ao olhar para minha vida, quase nada do que tive ou tenho foi conquistado de maneira fácil, mas em cada sofrimento, Deus me ensinou e aperfeiçoou, e dessa vez não será diferente. 

2019 está logo ali, mas as mudanças podem (e irão) começar hoje.

Até breve, pessoal.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Sobre ser professora



Com 17 anos de idade, comecei a ter certeza de que queria ser professora de história. Para muitos, ser professor é visto como uma profissão menor, pois rende menos dinheiro, mas naquele momento, inspirada pelos professores fantásticos que tive na vida, eu sabia que era isso que eu queria fazer. 

Ao longo da faculdade, enfrentei muitas crises de nervosismo e falta de confiança, pois tinha amigos oriundos de escolas melhores que a minha, que falavam 2, 3 línguas, que manjavam tudo de Word quando eu nem nota de rodapé sabia fazer. Mas mesmo assim, resolvi enfrentar o curso até o final. 

Até que eu fiz a primeira aula do estágio supervisionado. Um 6º ano de escola pública, cheio de alunos ansiosos e agitados e eu. Naqueles dias, eu tive a confirmação daquela certeza que sentia desde os 17 anos. Mais do que querer, eu devia ser professora. Era na sala de aula, em frente a vários alunos, falando sobre história que meu coração vibrava. Ali, pela primeira vez na vida, me senti realmente boa em alguma coisa que fazia. 

Me tornei professora de fato alguns anos mais tarde, descobrindo e desbravando como ser professora sozinha, porque a faculdade não me preparou para isso. As aulas de Didática e Metodologia não me prepararam para lidar com 20, 30 ou 40 indivíduos de uma vez, nem fazê-los se interessar pelo que estou a falar. Nem me prepararam para os momentos de indisciplina, de violência verbal ou física que às vezes enfrentamos em sala. Mas mesmo assim, toda vez que começo uma aula, me sinto preparada para dividir um pouco de mim e do meu conhecimento com meus alunos, e - por mais clichê que isso possa parecer - para aprender com eles todos os dias.

Amanhã inicio um novo ciclo letivo e por mais que a preguiça de voltar a trabalhar sempre bata, estou ansiosa por saber para quais turmas darei aula, para pensar em maneiras diversas de abordar os conteúdos exigidos, por trazer uma história cada dia menos eurocêntrica e mais diversificada para eles. 

Como disse uma colega minha "Em uma sociedade que lucra com a ignorância, ser professor é revolucionário" e eu busco, a cada novo dia de trabalho, revolucionar um pouquinho a sociedade, porque como disse outra professora colega, a gente continua nessa profissão porque não consegue mudar o mundo sozinhas, então precisa formar nossa Armada Dumbledore para continuar na resistência.

Que o ano de 2018 traga bons ventos para os professores brasileiros e que resistamos! A nossa luta nunca acabará.